Certamente que isto é uma grande parte da nossa dignidade... que possamos conhecer e que, através de nós, a matéria possa conhecer-se a si própria; que, começando com protões e electrões, saídos do princípio dos tempos e da vastidão do espaço, possamos começar a entender; que, organizados como estão em nós, o hidrogénio, o carbono, o nitrogénio, o oxigénio, esses 16 a 21 elementos, a água, a luz do Sol- todos eles, tendo-se transformado em nós, possam começar a entender o que são, e como se tornaram nisso. George Wald (Prémio Nobel da Medicina e Fisiologia) (1964)

sábado, 14 de agosto de 2010

Barragens afectam indígenas

Electricidade verde prejudica território e estilo de vida de povos tribais em vários pontos do mundo

Com o mote do Dia Internacional dos Povos Indígenas, celebrado na passada segunda-feira, a Survival International alertou para o impacto devastador dos efeitos da construção de barragens hidroeléctricas nos povos tribais.

Através de casos reais na Ásia, África e América, o artigo Presos no Desenvolvimento – Povos Indígenas e Barragens Hidroeléctricas, expõe o custo oculto da electricidade verde.
Uma década depois de a Comissão Mundial de Barragens reconhecer que os projectos “conduziram ao empobrecimento e ao sofrimento de milhões de pessoas”, continuamos a assistir a um rápido crescimento global na construção de barragens, liderado por grupos de pressão internacional desta indústria.
O Banco Mundial, por exemplo, destina onze mil milhões de dólares para a construção de 211 projectos hidroeléctricos de todo o mundo. O artigo afirma que os povos indígenas se encontram à margem, com os seus direitos violados e as suas terras destruídas.
Da Amazónia ao Bornéu


Os indígenas amazónicos Enawene Nawe vivem numa zona chuvosa de savana tropical no estado de Mato Grosso, no oeste brasileiro, onde as autoridades do país pretendem construir 29 barragens.





O povo Penan Sarawak, na parte da Malásia da ilha de Bornéu, pode ser expulso das suas terras para dar lugar a outra barragem. Os indígenas estão a lutar para deter a desconstrução do que resta das suas selvas e do seu modo de vida.
                                                          Homem da tribo Penan Sarawak

Outros povos da Etiópia tambem podem vir a ser forçados a depender de ajuda alimentar se não se travar mais uma estrutura no famoso rio Omo. Um homem do povo Kwegu, no vale de Omo, afirmou: “A nossa terra está estragada. Fecharam a água e agora passamos fome. Abram a barragem e deixem que a água flua”.
Esta semana, centenas de indígenas brasileiros reuniram-se para mostrar oposição à barragem de Belo Monte, a terceira maior do mundo, que ameaça o território de vários povos e as suas fontes de alimento.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Os excluídos da água



O capitalismo mercantiliza os bens da natureza, os frutos do trabalho humano, todos os aspectos de nossa vida. Aprendemos na escola: 71% de nosso corpo são água, a mesma proporção existente em nosso planeta.
Bebemos litros de água no decorrer do dia. Do velho e bom filtro? Não. Em geral, de garrafas pet vendidas em supermercados. Quem garante que a água engarrafada é mais potável que a filtrada em casa? A propaganda; ela faz nossa cabeça e direciona nossos hábitos.
De olho no lucro fácil, empresas transnacionais procuram incutir na opinião pública a ideia da água como mercadoria de grande valor económico, capaz de tornar-se uma fonte de renda para  qualquer país. Retira-se da água sua dimensão de direito humano, seu caráter vital, sua dimensão sagrada. Quem se opõe a esta ideologia é rotulado como "contrário ao progresso". Porém, é na defesa da água como direito e bem comum que reside a possibilidade de salvarmos o planeta Terra - "Planeta-Água" - da desolação, e assegurarmos a vida das gerações futuras.
O raciocínio da mercantilização da água é simples: tendo que pagar, a sua utilização será mais racional e cuidadosa. Ora, isso não implica incluir a água na categoria de mercadoria regida pelas leis do mercado.
Este argumento tem sua parte de verdade - cuida-se melhor daquilo que é mais caro. As consequências, porém, podem ser graves se a água for regida pela lei da oferta e da procura. A cobrança pelo uso da água pode ser um mecanismo de gerenciamento desde que se estabeleçam preços diferenciados conforme a concessão de uso. Uma fábrica de cerveja retira do poço artesiano toda água que necessita, sem pagar nada por ela. Depois descarrega parte dessa água, agora poluída por detergentes e dejetos, no rio mais próximo. O lucro com a venda da cerveja é todo dela; a perda no lençol subterrâneo e a poluição do rio são da comunidade local.
Uma boa gestão cobraria preço baixo pela água usada como insumo e alto sobre o esgoto industrial, de modo a obrigar a indústria a filtrar dejetos antes de lançá-los de volta ao rio. Também é preciso estabelecer preços diferenciados conforme o uso da água (consumo humano, esgoto, energia elétrica, produção industrial, agricultura irrigada, lazer etc).
Nas zonas urbanas já pagamos pelos serviços de captação, tratamento e distribuição da água, não pela água em si. A novidade é que, além dos serviços, deveremos pagar também pelo metro cúbico de água utilizada. Se este preço adicional vier a excluir alguém do acesso à água, tal medida será eticamente inaceitável.
O princípio que obriga a quem usa, pagar, não pode ser aceito ao contrário: "quem não paga, não usa." Não sendo a água uma mercadoria, mas bem de domínio público, o princípio só se aplica como norma reguladora de uso, seja quantitativa (quem usa mais água, paga mais), seja qualitativamente (quem usa para fins lucrativos paga mais do que quem usa para consumo pessoal). Se assim não for, a água deixará de ser direito de todos os seres vivos, criando-se um impasse ético e uma tragédia: a dos excluídos da água.
in, Diário Liberdade.

sábado, 17 de julho de 2010

Águas contaminadas

Água contaminada:
EUA gastam milhões

Centro de Controlo de Doenças norte-americano recomenda melhor fiscalização das piscinas

  As doenças provocadas nos Estados Unidos por águas contaminadas podem custar até 539 milhões de dólares (422 milhões de euros) anuais em hospitalizações, concluiu hoje o Centro de Controlo de Doenças norte-americano, recomendando uma melhor fiscalização das piscinas.

No relatório divulgado, o Centro refere que sobretudo três doenças são provocadas por bactérias que se encontram na água: a pneumonia aguda, causada pela legionela, a diarreia provocada pelo parasita cryptosporidium e a diarreia desencadeada pela bactéria giardiasis.

Uma hospitalização por legionela custa, em média, 34 mil dólares (26,6 mil euros), ao passo que as diarreias provocadas pela bactéria giardiasis podem custar nove mil dólares (sete mil euros) e, no caso da cryptosporidium, 21 mil dólares (16 mil euros).


“A maior parte das pessoas pensa que estas doenças não são mais do que uma indisposição passageira. Mas estas infecções podem provocar problemas muito graves que implicam internamentos hospitalares de mais de uma semana, o que faz aumentar as despesas de saúde”, afirmou Michael Beach, autor do estudo.



Os sintomas das doenças provocadas por águas contaminadas com bactérias passam também por erupções, infecções das orelhas e dos olhos e complicações neurológicas e respiratórias que podem ser fatais.

“Os modestos investimentos na prevenção podem levar à redução do número de casos e economizar substancialmente as despesas de saúde”, refere o relatório, que recomenda a realização de campanhas educativas, uma melhor manutenção das redes de distribuição de água nos edifícios e uma inspecção regular das piscinas e das zonas balneares artificiais.


quinta-feira, 24 de junho de 2010

Bangladesh: A morte silenciosa.

Ignorado nos meios de comunicação social, o Bangladesh, um dos países mais pobres e povoados do mundo, enfrenta o maior envenenamento massivo de uma população em toda a história da Humanidade.
O envenenamento acidental atingiu pelo menos 85 dos 125 milhões de habitantes, devido à contaminação por arsénio inorgânico das suas fontes de abastecimento de água para consumo humano.

Esta situação foi considerada, pela Organização Mundial de Saúde (OMS), uma catástrofe mais grave que inundações, ciclones e até mesmo que o acidente nuclear de Chernobyl.

Cronologia de uma tragédia...


Antes dos anos 70 não havia perigo de contaminação pelo arsénio, já que as pessoas bebiam água da superfície. No entanto, 250 mil crianças morriam anualmente por diarreia provocada por microrganismos na água.

O governo e a Unicef colocaram então em marcha um programa, que custou milhões de Dólares, para que as pessoas se habituassem a beber água dos poços e 95% da população passou a fazê-lo. Existem actualmente cerca de 1 milhão desses poços.

Como é que foi possível que só recentemente é que tenha sido confirmada a presença de arsénico nas águas? Simplesmente porque ninguém teve o cuidado de analisar essas águas. Ainda hoje em dia, ninguém quer assumir as suas responsabilidades, nem a UNICEF que esteve na origem do financiamento, nem o Banco Mundial que apoiou as operações, nem as autoridades do Bangladesh, nem os engenheiros na sua maioria estrangeiros.
Os primeiros sintomas surgem no prazo de oito a vinte anos: manchas na pele, sensação de ardor, cansaço crónico, perda de sensibilidade nas extremidades, gangrena nos órgãos internos que pode evoluir para cancro, principalmente de pele, bexiga e pulmão.
Pensa-se que serão necessários 30 anos para recensear e analisar todos os poços, mais tempo do que demorou a sua perfuração. No entanto nos anos 70, a população estava renitente em utilizar esses poços que na sabedoria ancestral qualificavam a água subterrânea de "água do diabo".

O Banco Mundial, financiador do projecto, refere que antes de 1993 nunca foi medido o teor em arsénio das águas, no entanto o engenheiro Peter Ravenscroft contesta e declara que já nos finais dos anos 80 se sabia da presença de arsénio nas águas subterrâneas Seja como for, só em 1998 é que a comunidade internacional reconheceu alguma responsabilidade nesta catástrofe.

Mais de 20 000 pessoas estão em risco de morrer todos os anos devido ao arsénio. Este número é difícil de prever, dado que alguns cancros só se irão declarar ao fim de 20 anos. Actualmente uma em cada cinco mortes no Bangladesh já é causada pelo arsénio.

Quase tão dramático, é que mais de metade dos fundos monetários canalizados para ajudar a resolver este problema é utilizado para pagar consultores estrangeiros, dado que o país se tornou um laboratório a céu aberto para os países ocidentais.

Uma verdade bem diferente da versão oficial...


A questão polémica é: de onde vem o arsénio? Este existe em pequenas quantidades nas rochas, na terra, na água e até no ar. Todas as organizações responsáveis tentam fazer passar a tese que em certas condições naturais particulares a concentração de arsénio pode aumentar e contaminar os lençóis de água subterrânea O que é verdade. Mas será só esse o motivo?




Nos finais dos anos 60, a chamada "Revolução Verde" era apresentada como uma necessidade pelos países ocidentais, em particular pelos Estados Unidos, para que certos países do terceiro mundo pudessem sair da fome.
Mas porque é que os promotores da Revolução Verde, os USA, o Banco Mundial e outras organizações privadas americanas estavam tão preocupadas com o destino de povos como os do Bangladesh? Puro altruísmo?
Não, na realidade, a história começa muito mais cedo, com o excedente de produtos químicos utilizados durante a primeira guerra mundial e que encontraram uma utilização providencial na composição de adubos. Estes eram produzidos a baixo custo, mas as sementes tinham que suportar este novo tipo de adubos, foi então que apareceram as sementes de alto rendimento.
Estas sementes deveriam ter um rendimento extraordinário, mas eram muito susceptíveis ao ataque de insectos, felizmente os Estados Unidos tinham umas enormes sobras de químicos para produzir pesticidas. Só faltava encontrar escoamento para este modelo de agricultura.



Foi então que apareceu a ideia da Revolução Verde que permitia às empresas americanas vender as sementes e os produtos químicos a elas associadas. Os países escolhidos foram a Índia e o Bangladesh. As culturas dessas sementes necessitavam cada vez mais de uma maior utilização de adubos e pesticidas, ora estes continham grandes quantidades de arsénio que pouca a pouca se ia depositar nos solos contaminando os poços que serviam, não só para o consumo, mas também a irrigação dado que estas sementes necessitam uma quantidade de água três vezes maior que as sementes tradicionais.
As sementes transgénicas entram na mesma lógica, com custo que chegam a ser 1000 vezes superior às sementes tradicionais e algumas com gene "terminator" que impede a sua reprodução e obriga os agricultores à compra de novas sementes no ano seguinte.

Em nome do progresso foi sugerida a mudança do estilo de vida das gentes do Bangladesh, mediante implementação de um moderno sistema de agricultura, baseado em novas tecnologias e uso de agro-químicos contendo arsénio.

A “Revolução Verde”, conhecida como “fertilizantes, pesticidas, sementes, água”, esteve, provavelmente, na origem da contaminação das águas do subsolo do Bangladesh. Desta forma, um veneno invisível e inodoro apoderou-se da água potável deste país, determinando uma sucessão de mortes e enfermidades.

Afinal, a principal causa da presença de elevados níveis de arsénio na água poderá estar aqui, e constituir o maior envenenamento colectivo da história da humanidade.


http://www.ff.up.pt/toxicologia/monografias/ano0405/arsenio/arsenio_ficheiros/Page3531.htm

http://www.ionline.pt/conteudo/16362-intoxicacao-em-massa-no-bangladesh-agua-contaminada-com-arsenio

http://www.unesco.org/courier/2001_01/fr/planet.htm

http://www.naturavox.fr/biodiversite/Les-OGM-une-seconde-Revolution-Verte-Sera-t-elle-aussi-meurtriere

Uma publicação original de:    http://octopedia.blogspot.com/2010/06/bangladesh-morte-silenciosa.html

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Excrementos de cachalote eliminam toneladas de CO2

Cientista acredita que resultado do estudo mostra a necessidade de proibir a caça dos cetáceos
Os excrementos dos cachalotes contribuem anualmente para a eliminação de 400 mil toneladas de dióxido de carbono (CO2), segundo um estudo australiano, que desmistifica a suspeita de que estes mamíferos aumentavam a quantidade de gás através da sua respiração.

Em comunicado, a autora do estudo, Trish Lavery, da Universidade de Flinders, explicou que os cachalotes defecam ferro, o que estimula o crescimento do fitoplâncton e da sua capacidade para armazenar o CO2, o principal responsável pelo aquecimento global.

Quando o fitoplâncton morre, o gás desloca-se para o fundo do mar, um processo que elimina milhares de toneladas de dióxido de carbono.

O número de cachalotes perdido nos últimos anos equivale a que fiquem por eliminar perto de dois milhões de toneladas anualmente de CO2, calcula a investigadora australiana.

Esta investigação, publicada na Proceedings of the Royal Society, Biological Sciences, prova a complexa interacção natural entre os ecossistemas marítimos e terrestres e demonstra a necessidade de proibir a caça de cetáceos, argumentou Trish Lavery.

in, Ciência Hoje

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Tempestade abre cratera gigante na capital da Guatemala

Geólogos acreditam que solo rico em calcário aliado a chuvas terá sido a causa do fenómeno

Buraco na Cidade da Guatemala tem sessenta metros de 
profundidade e trinta de diâmetro
Buraco na Cidade da Guatemala tem sessenta metros de profundidade e trinta de diâmetro
 

O Governo da Guatemala disponibilizou esta imagem impressionante, em que se pode ver uma cratera circular de sessenta metros de profundidade que se abriu repentinamente na capital do país, apenas uma hora depois da tempestade tropical Agatha.

O buraco, com 30 metros de diâmetro, engoliu três casas e arrastou até à profundidade pelo menos duas pessoas. Um terceiro indivíduo está desaparecido há centenas de desalojados.

Os geólogos, que examinaram o fenómeno, asseguram que a forma circular perfeita sugere a existência prévia de covas subterrâneas. No entanto, ainda não existem respostas concretas para explicar este mistério.

“Posso assegurar o que não é. Não se trata de uma falha geológica nem de um resultado de um terramoto. É tudo que sabemos. Para investigarmos mais temos de descer”, explicou David Monterroso, engenheiro e geofísico da Agência Nacional da Guatemala para os Desastres Nacionais.
Crateras como as da imagem formam-se em sítios em que o subsolo é rico em calcário, sais ou outras rochas solúveis e que se dissolvem facilmente em contacto com a água.
Neste caso, acredita-se que a tempestade tropical Agatha alimentou uma corrente subterrânea que foi minando e destabilizando o terreno que acabou por se afundar na totalidade.

Sem aviso prévio


Esta classe de fenómenos é relativamente comum na Flórida, Texas, Alabama, Missouri, Kentucky, Tennessee e na Pensilvânia, segundo os dados do Serviço de Vigilância Geológica dos Estados Unidos.


Crateras no solo não costumam ser tão grandes como a que 
se abriu no fim-de-semana passado
Crateras no solo não costumam ser tão grandes como a que se abriu no fim-de-semana passado
No entanto, as dimensões do buraco da Cidade da Guatemala são muito maiores que a média.


 Além disto, enquanto as outras crateras abrem-se gradualmente, à medida que a erosão vai destruindo o subsolo, a da Guatemala pertence à categoria mais perigosa − os que se abrem de forma súbita e sem aviso prévio.

Conhecem-se casos de buracos deste tipo que engoliram subitamente carros e casas e que inclusivamente chegaram a secar lagos inteiros em questão de minutos.
Aconteceu, por exemplo, com o lago Jackson, na Florida, de 16 quilómetros quadrados e que desapareceu sem deixar rastro em Setembro de 1999.
O lago foi engolido por um buraco de 15 metros de profundidade, muito menor do que o mostrado na imagem cedida pelo governo guatemalteco.


in Ciência Hoje

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Sem Água...

 "Water Boots", obra de Roman Signer, explora uma constatação: sem água, não somos nada.
in National Geographic, Portugal

O Futuro sem Água


 Falta de Água- A disputa em torno de um poço numa aldeia Indiana. Menos de 1% da água doce do planeta  está disponível para uso humano.

Foto-Amit Dave, Reuters

terça-feira, 23 de março de 2010

Dia Mundial da Água (22 de Março de 2010)

Nosso planeta tem cerca de dois terços só de água. Pela lógica, parece haver água sobrando para a população, não é? Parece um absurdo falar em crise da água?
VAMOS AOS FACTOS: ■ 97% da água do planeta é água do mar, imprópria para ser bebida ou aproveitada em processos industriais;
■ 1,75% da água é gelo;
■ 1,24% da água estão em rios subterrâneos, escondidos no interior do planeta.
■ Para o consumo de mais de seis biliões de pessoas está disponível apenas 0,007% do total de água da Terra.

Some-se a isto o despejo de lixo e esgoto sanitário nos rios, ou ainda as indústrias que jogam água quente nos rios - o que é fatal para os peixes. A pouca água que existe fica ainda mais comprometida. Isto exige a construção de estações de tratamento de esgoto e dessalinização, por exemplo. E exige consciencialização para que se evite o desperdício e a poluição, principalmente nas grandes cidades.

Devido a esse problema, a ONU também elaborou um documento intitulado "Declaração Universal dos Direitos da Água", que trata desse líquido como a seiva do nosso planeta.

Com o objectivo de chamar a atenção para a questão da escassez da água e, consequentemente, buscar soluções para o problema, a Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu em 1992 o Dia Mundial da Água no dia 22 de Março.
Este ano é dedicado ao tema “Água Limpa para Um Mundo Saudável”.

Actualmente, segundo estimativa das Nações Unidas, 1.2 biliões de pessoas não têm acesso a uma quantidade suficiente de água para satisfazer suas necessidades básicas a um preço de acordo a suas possibilidades financeiras. Dessas, quase 100 milhões vivem na América Latina.
As crianças são as mais afectadas com essa situação. No mundo 4.200 morrem diariamente devido a falta de saneamento, cerca de 3 por minuto. Já na América Latina, são 100 mortes diárias, ou seja, 36 mil mortes por ano. A falta de esgotamento traz hepatite A, diarreia, dengue, cólera, esquistossomose e outras enfermidades.

Segundo relatório da Unep (Programa do Meio Ambiente das Nações Unidas ), "Água Doente", aponta:
■ dois milhões de toneladas de resíduos, que contaminam cerca de dois biliões de toneladas de água diariamente, causaram gigantescas "zonas mortas", sufocando recifes de corais e peixes. O resíduo é composto principalmente de esgoto, poluição industrial e pesticidas agrícolas e resíduos animais.
■ a falta de água limpa mata 1,8 milhões de crianças com menos de 5 anos de idade anualmente. Grande parte do despejo de resíduos acontece nos países em desenvolvimento, que lançam 90 por cento da água de esgoto sem tratamento.
■ a diarreia, principalmente causada pela água suja, mata cerca de 2,2 milhões de pessoas ao ano, segundo o relatório, e "mais de metade dos leitos de hospital no mundo é ocupada por pessoas com doenças ligadas à água contaminada."
■ o relatório recomenda sistemas de reciclagem de água e projectos multimilionários para o tratamento de esgoto.
■ sugere a protecção de áreas de terras húmidas, que agem como processadores naturais do esgoto, e o uso de dejectos animais como fertilizantes.

"Se o mundo pretende... sobreviver em um planeta de seis biliões de pessoas, caminhando para mais de nove biliões até 2050, precisamos nos tornar mais inteligentes sobre a administração de água de esgoto", disse o director da Unep, Achim Steiner. "O esgoto está literalmente matando pessoas."

O QUE OCORRE NO BRASIL
■ Cerca de 40 milhões de brasileiros não têm acesso aos sistemas de abastecimentos público. O quadro é agravado com a falta de esgotos tratados – calcula-se que 100 milhões de brasileiros não tenham acesso ao sistema de esgotos.
■ Actualmente, o lançamento de esgotos domésticos é o principal factor de degradação dos corpos d´água no Brasil. Estima-se que 48 % dos domicílios brasileiros possuem colecta de esgotos, sendo que 21 % se utilizam de fossas sépticas.
■ Considerando o total de esgoto colectado, apenas 20% recebe algum tratamento, sendo o restante lançado directamente nos corpos d água.
■ Outro problema é a perdas de água, que no Brasil chegam a 45%.
■ Em média, na última década, ocorreram 700 mil internações, por ano, no Brasil, decorrentes de doenças relacionadas à falta ou inadequação de saneamento.

OBJECTIVOS:
O Dia Mundial da Água é fundamental para chamar atenção das necessidades, entre outras, de:
■ Enfatizar assuntos relacionados a problemas de abastecimento de água potável,
■ Aumentar a consciência pública sobre a importância de conservação, preservação e protecção da água,
■ Fontes e suprimentos de água potável,
■ Aumento da consciência dos governos, de agências internacionais, organizações não-governamentais e sector privado,
■ Participação e cooperação na organização nas celebrações do Dia Mundial da água.

in Zona de Risco






Água contaminada mata milhões de crianças por ano - JN

Água contaminada mata milhões de crianças por ano - JN

sábado, 20 de março de 2010

O programa Biosfera da RTP 2, anunciou em 2008, o desastre na Madeira

Veja o vídeo exibido na RTP 2.

A peça, cuja versão resumida de 5 minutos é já um dos vídeos mais vistos no YouTube, contou com o testemunho de especialistas que explicararam o fenómeno dos aluviões da Madeira e o perigo causado pela construção em leito de cheia.
Na reportagem, que foi para o ar em Abril de 2008, foi dado o alerta: O estreitamento das ribeiras potenciava um desastre para o qual os madeirenses tinham menos de 30 minutos para se preparar. Assim aconteceu, a 20 de Fevereiro de 2010.

terça-feira, 16 de março de 2010

Um sismo por ano como o do Chile

Rede sismográfica mundial regista em média 20 mil sismos ao ano. Cerca de 150 acima de 6 na escala de Richter.


Primeiro foi o Haiti, depois o Chile e a Turquia. No intervalo de poucas semanas, a terra tremeu violentamente em diferentes regiões do mundo, afastadas entre si por milhares de quilómetros, deixando um rastro de destruição e centenas de milhares de vítimas mortais e de desalojados. Um sismo de grau 6 na escala de Richter abalou a zona de Elazig, no Leste da Turquia, vitimando pelo menos 51 pessoas. A pergunta impõe-se: será que os sismos estão a aumentar?
"Não", diz taxativo o director do Centro de Geofísica D. Luís da Universidade de Lisboa, Miguel Miranda. E explica: "O número de sismos de grande magnitude, desde que há registos, tem-se mantido relativamente estável de ano para ano."
No seu site, a US Geological Survey (USGS), a agência dos Estados Unidos para o estudo da Terra, dá a mesma resposta, na sequência das "muitas solicitações" que lhe chegam "de pessoas de todo o mundo, perguntando se os sismos estão a aumentar", lê-se ali.
"Embora possa parecer que há mais sismos, os de magnitude 7 [na escala de Richter] ou mais têm-se mantido constantes", explica a USGS. Ou seja, os sismos de grande magnitude, acima dos 7 graus na escala de Richter, que são potencialmente mais destruidores, não têm aumentado.
Os registos sismográficos indicam isso mesmo. Se se considerarem, por exemplo, as três últimas décadas, ocorreram em média, anualmente, quase 140 sismos com magnitudes de 6 a 6,9 graus na escala de Richter, 17 com magnitudes de 7 a 7,9 graus e apenas um com mais de 8 graus na mesma escala. E esta tendência tem-se mantido constante. Vale a pena, então, fazer outra pergunta: porque parece haver mais sismos ultimamente?
A USGS adianta uma resposta: "Nos últimos 20 anos tivemos um crescimento substancial no número de sismos que conseguimos localizar, devido ao tremendo aumento no número de estações sismográficas a nível mundial e aos muitos desenvolvimentos nas comunicações globais."
Em 1931 existiam em todo o mundo 350 destas estações, enquanto agora há mais de oito mil. E esta rede global consegue registar em média 20 mil tremores de terra por ano (50 por dia), sendo que a esmagadora maioria não atinge os 6 graus na escala de Richter. Acima deste valor, como já se viu, ocorrem em média pouco mais de centena e meia de abalos sísmicos por ano no mundo.
Para a USGS, esta é também uma questão de maior percepção por parte do público, devido à globalização da comunicação e também a um maior interesse por parte das pessoas em questões ambientais e desastres naturais.
De resto, como explicou ao DN Miguel Miranda, "não há nenhuma aceleração do movimento das placas, nem aumento da actividade sísmica". E sublinha: "Se todos os meses houvesse um sismo como o do Haiti, poderia dizer-se que a actividade sísmica está a aumentar, mas não há nada que indique isso."
Fazendo contas, e confiando na estatística, o grande sismo do ano já ocorreu. Foi o de dia 27 de Fevereiro, no Chile, que atingiu a magnitude de 8,8 na escala de Richter e causou 799 mortos, sendo considerado um dos cinco mais fortes desde que há registos. Mas prever este tipo de fenómenos ainda não é possível à ciência de hoje.
in Diário de Noticias

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Sopa de Plástico



Cientistas alertam para a enorme quantidade de lixo plástico despejado nos oceanos de todo o mundo. Referem as duas enormes ilhas de plástico flutuante do Oceano Pacifico, que são já consideradas as maiores concentrações de lixo do mundo, com cerca de mais de 1000 km de extensão. Esta dupla concentração de lixo estende-se a partir da costa da Califórnia, atravessa o Havai e chega a meio caminho do Japão, atingindo uma profundidade de cerca de 10 metros e 100 milhões de toneladas de plásticos de todos os tipos.
Pedaços de redes de pesca, garrafas, tampas, bolas, bonecos, sapatos, isqueiros, sacos de plásticos, pequenos pedaços impossíveis de identificar e muito de tudo o que é possível ser fabricado em plástico. Segundo os mesmos cientistas, a mancha de lixo, ou sopa de plástico tem quase duas vezes o tamanho dos Estados Unidos.
Esta mancha encontra-se actualmente dividida em duas grandes áreas, ligadas por uma parte estreita, junto ao atol de Midway. Um marinheiro que navegou pela área disse que ficou atordoado com a visão do oceano de lixo plástico a sua frente. “Como foi possível fazermos isso?Naveguei mais de uma semana sobre todo aquele lixo...”.
Refira-se ainda que todas as peças plásticas fabricadas desde que se inventou este material e que de alguma forma não foram recicladas, ainda estão em algum lugar do planeta. Simplesmente porque a generalidades dos plásticos demoram entre os 300 e os 500 anos a decompor.
Tamanha quantidade de lixo plástico é grave para a vida marinha. Segundo o Programa Ambiental das Nações Unidas, o plástico constitui 90% de todo o lixo flutuante nos oceanos e é a causa da morte de mais de um milhão de aves marinhas todos os anos, bem como de mais de cem mil mamíferos marinhos.
Rolhas, isqueiros e escovas de dentes já foram encontrados nos estômagos de aves mortas, principalmente albatrozes, que os engolem pensando tratar-se de comida.
Como quero que fique a pensar nisto, sugiro que veja um vídeo do YouTube sobre a autópsia dum albatroz. Se tiver estômago para isso...
Estima-se ainda que cada metro quadrado de oceano contenha cerca de 46 mil pedaços de plástico. Cerca de cem milhões de toneladas de plástico são produzidas todos os anos e 10% acabam invariavelmente no mar. Cerca de um quinto do lixo vem de navios e plataformas petrolíferas, o restante vem de terra.
Está também nas nossas mãos evitar a utilização abusiva de produtos de plástico. Evite os produtos com embalagens sofisticadas e recorra aos sacos reutilizáveis.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Estudo revela que plásticos decompõem-se na água e contaminam mares


Os materiais plásticos que se afirma serem indestrutíveis decompõem-se rapidamente na água e libertam substâncias tóxicas em todos os mares do mundo, concluiu um estudo apresentado na reunião anual da Sociedade Química dos Estados Unidos da América.
Na reunião anual daquela sociedade, que aconteceu quarta-feira, em Washington, o colégio de Farmácia da Universidade de Hihon (Japão), considerou a descoberta "surpreendente", uma vez que se pensava que o maior perigo dos plásticos no mar era o facto de poderem ser ingeridos pelos peixes.
"Pensava-se que os plásticos de uso diário eram, em geral, muito estáveis", considerou Katshuhiko Saido, cientista que dirigiu a investigação.
"Descobrimos que, na realidade, o plástico se decompõe ao estar exposto à água e ao sol ou a outras condições ambientais. Esta é outra fonte de contaminação global que vai continuar no futuro", acrescentou.
Todos os anos são deitados para as ribeiras do Japão cerca de 150 mil toneladas de materiais plásticos, disse ainda Saido, sublinhando que acontece o mesmo nos outros mares do mundo.
Segundo o cientista, quando se decompõe, o plástico liberta bisfenol A e oligomero PS, substâncias potencialmente tóxicas.
Fonte: Agência Lusa

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Lacticínios (2ª PARTE)



No último artigo sobre alimentação escrevi acerca dos lacticínios, e do seu efeito na prevenção da osteoporose. Apesar da controvérsia do tema, levantei as questões sobre se os produtos lácteos resolvem realmente a osteoporose e mencionei estudos que parecem não comprovar de todo essa relação.
Mas, para além do tema da osteoporose, os lacticínios podem também não ser tão benéficos para a saúde como nos diz a publicidade, em especial quando consumidos em enormes quantidades como o faz a população moderna.
Pessoalmente, acredito que existe uma certa ordem natural que devemos seguir e dentro dessa ordem não somos um ser com características para ingerir leite ou derivados: como mamífero que somos, a ordem natural (que se aplica a todos os mamíferos) é sermos amamentados com leite materno até cerca de um ano, para depois sermos desmamados e começarmos a comer alimentos sólidos.
Na realidade, o ser humano é o único animal que após desmamado continua a ingerir leite e ainda por cima de uma outra espécie. Basicamente, o leite de vaca é um alimento ideal para nutrir um bezerro que aumenta nas primeiras semanas cerca de 37 quilos; um bebé humano, no mesmo espaço de tempo, aumenta apenas 1 a 2 quilos.
Walter Willet, professor de nutrição na prestigiada Universidade de Harvard, mencionado por mim no último artigo, cita e corrobora com factos aquilo a que ele chama o "Lado Negro do Cálcio e dos Produtos Lácteos" . Para ele, as principais razões para evitar o consumo de leite e produtos lácteos são:
Intolerância à lactose
Gordura saturada
Calorias extra
Aumento do risco de cancro na próstata e possivelmente um aumento de risco de cancro nos ovários.

Dos pontos acima citados, gostaria de referir:
Intolerância à lactose - A maioria da população mundial é intolerante à lactose, o açúcar presente no leite de vaca. A maioria das pessoas após os 4 anos de idade perde a capacidade de fabricar lactase, o enzima responsável pela digestão da lactose e apenas 25% da população mundial consegue digerir bem o leite. A intolerância à lactose manifesta-se em sintomas como diarreia, prisão de ventre, cólicas, náusea. Dos diferentes grupos étnicos, a intolerância à lactose é a seguinte: de descendência asiática - 90 a 100%, de descendência africana - 65 a 70%, de descendência hispânica ou italiana - 50 a 70%, de descendência caucasiana - 10%.
Gordura saturada - A gordura presente nos lacticínios é gordura saturada, responsável pela obstrução dos vasos sanguíneos que está na origem da maioria das doenças cardiovasculares modernas.
Cancro na próstata - Em nove estudos independentes sobre o desenvolvimento do cancro na próstata, o factor mais forte e consistente ligado a este tipo de cancro foi o consumo elevado de lacticínios. No maior destes estudos o "Health Professionals Follow-up Study", os homens que bebiam 2 ou mais copos de leite por dia tinham mais do dobro das hipóteses de desenvolver cancro da próstata avançado ou com metástases do que aqueles que não bebiam leite nenhum.
Cancro nos ovários - Existe um número significativo de estudos que apontam para a hipótese de o cancro nos ovários estar ligado ao consumo de produtos lácteos e apesar de tais estudos não serem conclusivos, a ligação parece ser demasiado forte para não ser considerada.
Antibióticos - O uso de antibióticos misturados na ração diária das vacas é enorme. Nos Estados Unidos, por exemplo, a vasta maioria dos antibióticos é utilizada nos animais e não em pessoas (isto apesar do seu uso em hospitais ter aumentado 100 vezes em 35 anos). Esses antibióticos acabam por ir parar ao leite e à carne, o que não me parece de todo ser benéfico. É bem possível que a resistência crescente de algumas bactérias aos antibióticos esteja ligada ao seu uso indiscriminado na cultura pecuária.
No meu caso pessoal deixei de consumir leite e produtos lácteos (um alimento que consumia em quantidades copiosas) há 24 anos e pouco tempo depois os sintomas de uma colite e de uma sinusite desapareceram completamente, até hoje. Na realidade, tenho testemunhado num número incontável de pessoas, melhoras extraordinárias em problemas como colite, sinusite, otite, asma e outros problemas respiratórios, alergias, quando deixam de consumir lacticínios e, em especial, quando deixam de comer lacticínios e açúcar.
Tenho a noção de que os dados apresentados nestes dois artigos sobre o leite são perturbadores, em particular quando a maioria da informação veiculada pela publicidade e comunicação social nos diz que este é essencial. Deve no entanto considerar que a informação veiculada pela publicidade pode não ser consubstanciada por factos. Nos Estados Unidos, por exemplo, a FDA (Food and Drug Administration) proibiu as empresas produtoras de lacticínios de colocarem nas embalagens qualquer publicidade referente às vantagens destes alimentos porque de acordo com as regras da FDA é obrigatório corroborar as frases publicitárias com factos concretos e estes nunca são apresentados.
Não pretendo de todo com estes artigos semear o pânico ou ser o arauto da desgraça. Penso no entanto que é meu dever alertar e mostrar o outro lado da moeda, de forma a que se possa questionar o que às vezes parece ser inquestionável, informar-se e assumir tomadas de decisão conscientes sobre o estilo de vida e alimentação.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Lacticínios (1ª PARTE)

Na época actual, a população adquire cada vez mais a consciência de que uma boa alimentação é vital para a manutenção da saúde e bem estar. Cada vez mais pessoas reduzem o consumo de carne, açúcar, "fast food" e procuram nas lojas e mercados de produtos naturais alimentos integrais e biológicos.
No entanto, devido a toda a publicidade veiculada na comunicação social e em grandes cartazes espalhados nas ruas, o leite e os lacticínios continuam a ser considerados alimentos saudáveis, essenciais, quase sacrossantos: necessitamos de beber leite todos os dias para obter o cálcio necessário à formação e manutenção da massa óssea e assim evitar a osteoporose.
Escrever um artigo refutando tais afirmações e mencionado que o leite e os produtos lácteos não são assim tão saudáveis pode parecer uma total heresia, mesmo um perigo para a saúde pública. No entanto, alguns dos mais conceituados nutricionistas e médicos mundiais afirmam categoricamente que o consumo de produtos lácteos não evita a osteoporose e que podemos viver com melhor saúde quando nos abstemos de os ingerir.
Na realidade, o número de cientistas que acha que o leite e seus derivados não são bons para a saúde cresce todos os dias: Frank Oski (médico, director do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina John Hopkins e Médico-Chefe do John Hopkins Children's Center), Walter Willet (médico, presidente do Departamento de Nutrição da Harvard Public School e Professor de Medicina da Faculdade de Medicina de Harvard), Lawrence Kushi (nutricionista, responsável por inúmeros estudos epidemiológicos e professor de Nutrição na Faculdade de Columbia de Nova Iorque), Colin Campbell (médico, Professor na Faculdade de Medicina de Cornell e responsável pelo maior estudo de nutrição até hoje realizado, o China Health Project), o falecido Benjamin Spock (médico), Neal Barnard (médico), John McDougall (médico) e muitos outros nomes conhecidos na comunidade científica internacional têm escrito e realizado alocuções públicas em que condenam veemente o uso dos produtos lácteos, afirmando que toda a publicidade feita aos mesmos não passa de uma fraude científica encabeçada por empresas comerciais.
Citando Walter Willet no recente livro publicado pela Escola Médica de Harvard, "Eat, Drink and Be Healthy": "... os produtos lácteos não deviam ocupar o lugar proeminente que ocupam na Pirâmide Alimentar do Ministério da Agricultura Americano, nem deviam ser o cerne da estratégia nacional para prevenir a osteoporose. Em vez disso, os factos mostram-nos que o cálcio alimentar deve ser oriundo de uma variedade de fontes...", ou "...mas o leite dá-nos mais do que apenas cálcio e alguns dos seus componentes - como calorias extra, gordura saturada, e açúcar conhecido como galactose - não são necessariamente bons para si. E mais, cerca de 50 milhões de adultos nos Estados Unidos não conseguem digerir completamente o açúcar conhecido como lactose. Como não o consegue fazer a maioria da população mundial".
Sei que o que está a ler lhe pode parecer chocante, mas considere os seguintes factos:
Países do Mundo com maior consumo de lacticínios per capita: Finlândia, Suécia, Estados Unidos da América, Inglaterra.
Países do Mundo com maiores índices de osteoporose per capita: Finlândia, Suécia, Estados Unidos da América, Inglaterra.
Ingestão de cálcio na China rural: metade da ingestão da população americana.
Fracturas ósseas na China Rural: 5 vezes menos do que na população americana.
O que os diferentes estudos científicos apontam, praticamente sem excepção, é que absorção de cálcio depende de muitos mais factores do que a simples ingestão de lacticínios; os factores mais importantes parecem ser:
O tipo de alimentação que se tem - Uma alimentação com alto teor de proteína de origem animal como é a alimentação moderna, faz com que o organismo excrete muito mais cálcio; quanto mais proteína animal comemos, mais cálcio perdemos.
O grau de actividade física - A actividade física é essencial para a fixação de cálcio nos ossos; um pequeno passeio diário de meia hora pode operar maravilhas no que toca à prevenção da osteoporose.
Produção de hormonas reprodutoras como estrogéneos e testosterona - Redução na produção destas hormonas (estrogéneos nas mulheres, testosterona nos homens) torna difícil produzir e recriar massa óssea.
Vitaminas D e K - Estas vitaminas desempenham um papel importante na absorção e fixação de cálcio.
Apesar de a osteoporose não ter que ver apenas com o consumo de cálcio este é no entanto necessário; contudo, os lacticínios não são de forma alguma os únicos detentores deste mineral. Os vegetais verdes de rama fornecem a mesma quantidade de cálcio do que o leite, assim como por exemplo as oleaginosas.
As algas contêm uma quantidade muito superior de cálcio, algumas como a Hiziki, 14 vezes mais de cálcio por 100 gramas.
Em debates ou conferências em que menciono a quantidade de cálcio doutros alimentos é-me geralmente respondido que é verdade que outros alimentos contêm a mesma ou uma maior quantidade de cálcio, mas que este não é bem absorvido no sistema digestivo, não é "bio-disponível."
Os factos, parecem contudo ser diferentes. Segundo o "American Journal of Clinical Nutrition" a absorção de cálcio de diferentes alimentos é, por exemplo, a seguinte:
Couve de Bruxelas - 63.8%
Brócolos - 52.6%
Rama de nabo - 51.6%
Couve - 50%
Leite de vaca - 32%
Portanto, não é apenas possível obter cálcio a partir de muitos outros alimentos, como é tão bem ou melhor assimilado que no leite de vaca.
Gostaria de frisar que não sou contra o consumo de lacticínios, apesar de achar que é perfeitamente dispensável, se assim se desejar; publicitar o seu uso como sendo absolutamente essencial para a saúde, nomeadamente para a osteoporose é, no mínimo, revelador de falta de informação e parece-me também ser pouco ético. Até hoje, ainda não vi qualquer estudo onde tal conclusão fosse evidente e inequívoca.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Aquecimento ou Arrefecimento?

Afinal, o planeta Terra está a aquecer ou a arrefecer? A pergunta parece disparatada quando a maioria dos estudos científicos aponta para o degelo do Árctico, para o aquecimento global e para causas antropogénicas - o dióxido carbono proveniente das actividades humanas - como explicação para esse aquecimento.





A vida no frio
Há animais - a maioria deles micróbios - que vivem e prosperam permanentemente em ambientes muito hostis para a esmagadora maioria das espécies existentes à face da Terra. A ciência deu-lhes um nome curioso: extremófilos. Vivem dentro de rochas geladas, no fundo dos mares sem luz solar, nas bordas das crateras dos vulcões activos, nas fontes hidrotermais dos leitos dos oceanos, em ambientes extremamente secos, ácidos, alcalinos, salinos, radioactivos ou tóxicos. E nos ambientes frios nem sempre são de dimensões microscópicas. No início de Outubro de 2008, uma equipa de cientistas britânicos e japoneses ficou totalmente surpreendida quando descobriu e filmou, através de um robô-submarino, um cardume de 17 peixes - conhecidos por "pseudoliparis amblystomopsis" - a 7700 metros de profundidade no estreito do Japão, no oceano Pacífico. Esta foi a maior profundidade de sempre a que foram encontrados peixes vivos. O "pseudoliparis" tem um comprimento máximo de 24 centímetros e está adaptado a um ambiente particularmente inóspito: a temperatura não ultrapassa os quatro graus e a pressão da água salgada equivale ao peso de 1600 elefantes sobre o tejadilho de um mini! Deixando os paquidermes e regressando ao mundo microscópico, a descoberta de novas classes de extremófilos na Terra pode aumentar as hipóteses de encontrarmos vida noutros planetas e satélites do Sistema Solar, abrindo os horizontes à Astrobiologia. Em Marte, onde as temperaturas à superfície variam entre os 140 graus negativos e os 20 positivos, poderá ser mais fácil do que julgamos encontrar formas de vida no subsolo gelado (o chamado "permafrost"), apesar de as sondas espaciais até agora enviadas nada terem descoberto. E os 90 graus negativos do oceano de Europa, um dos quatro maiores satélites de Júpiter, talvez não sejam uma barreira intransponível. Em particular se existirem fontes hidrotermais.


Na floresta do norte da Suécia, dentro do Círculo Polar Ártico, a temperatura no Verão desceu 0,3 graus nos últimos 1500 anos, segundo um estudo da Universidade de Estocolmo.    

As opiniões no mundo cientifico, dividem-se.
A Europa estava sob uma camada de gelo. Na Holanda os canais congelaram, na Inglaterra o Tamisa também, de tal forma que os seus habitantes até festejaram mercados sobre a superfície do rio. Até o Báltico congelou totalmente, pelo menos duas vezes. Os Verões foram frios e húmidos e os cereais apodreceram nos campos. O fracasso das colheitas e a fome seguiu-se. Nos Alpes, os glaciares avançaram e destruíram aldeias e campos. Na mesma altura começou a caça às bruxas - era necessário um bode expiatório pela miséria. Mas esta catástrofe climática não foi provocada só, ou, pelo Homem. Foi o Sol que levou a Terra a uma Pequena Era do Gelo. Este é o nome com que os cientistas baptizaram o período de frio que durou entre o século XV até ao XIX. Durante este período, o astro esteve pouco activo, o que se demonstrou pelo pequeno número de manchas solares observadas. Dois períodos particularmente gelados foram o Mínimo de Maunder, que durou entre 1645 e 1715, assim como o Mínimo de Dalton, entre 1790 e 1830. Durante o Mínimo de Maunder, que durou 30 anos, foram observadas apenas 50 manchas solares, no lugar das centenas que seriam normais. Agora, alguns cientistas prevêem uma nova Pequena Era do Gelo. O Sol está a dar sinais de enfraquecimento da sua actividade. No inicio de 2007, o ultimo do ciclo de onze anos terminou, durante o qual a actividade varia e atinge o seu mínimo. Deveria ter começado um novo ciclo, ligado ao regresso das manchas solares. Seria o 24º ciclo, desde que se começou a observação  sistemática do Sol, a meio do século XVIII. Mas quase não foram observadas manchas solares. Em 2009, o Sol esteve 260 dias sem actividade e em 2008 266 dias. Desde 1849 que só houve três anos com pouca pouca actividade solar. Na Terra, o aquecimento global parece ter estagnado. A organização científica  Friends of Science de Calgary, no Canadá, constatou até um arrefecimento. Entre Janeiro de 2002 a Outubro de 2009 a temperatura média global baixou cerca de 0,2 graus,segundo os seus dados. Para o mesmo período de tempo, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas prognosticou um aumento de temperatura em exactamente 0,2 graus. O Sol está no centro da controvérsia.


A vida surge em ambientes inóspitos para a maioria das espécies existentes na Terra, o que aumenta as hipóteses de que seja encontrada nos planetas gelados do sistema solar.
 
 
 
 
O lugar mais frio da Terra
Não, não é na Antárctida que se situa o lugar da Terra onde os termómetros batem todos os recordes (89,4 graus negativos). O campeão indiscutível é o LHC, o novo acelerador de partículas da Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (CERN), em Genebra. A uma profundidade de 100 metros situa-se o gigantesco túnel de 27 km do acelerador, equipado com um sistema de refrigeração a hélio líquido que é mantido a uma temperatura tão baixa - 271,25 graus negativos - que faz a Antárctida parecer um lugar ameno. Os cientistas do CERN costumam dizer, com um certo orgulho, que este é o local mais frio do Sistema Solar, porque está muito próximo do zero absoluto (273,15 graus negativos), a temperatura mais baixa do Universo, onde as moléculas e os átomos têm a menor quantidade possível de energia térmica. A definição do zero absoluto levou mesmo à criação de uma escala onde não há graus negativos, a escala Kelvin, onde o zero corresponde precisamente aos 273,15 graus negativos da escala Celsius que vulgarmente usamos. Isto significa que a temperatura do sistema de arrefecimento do LHC é de 1,9° K (graus Kelvin). Este recorde da ciência europeia está provisoriamente em suspenso, porque o acelerador sofreu uma avaria e, para decorrerem os trabalhos de reparação, foi necessário colocar o sistema de refrigeração do túnel à temperatura ambiente. Mas a partir de Maio de 2009, a maior máquina do mundo voltará a simular os primeiros momentos do Universo, logo a seguir ao Big Bang. E o seu frio extremo irá permitir que os feixes de partículas lançados no acelerador viajem quase à velocidade da luz sem encontrarem resistência. 
 
Fontes: Jornal Expresso e Revista Focus
                                                                                                 

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

OS SETE PRINCÍPIOS SAUDÁVEIS



Para ter uma saúde plena e um peso ideal deve-se seguir os sete princípios saudáveis.
"É no sistema digestivo, através da boca, que os indivíduos constroem os seus principais males.
E aí para ter uma saúde plena e um peso ideal deve-se seguir os sete princípios saudáveis".
1º Princípio

Mastigue os alimentos e produza saliva
Mastigar significa triturar o alimento sólido até que o mesmo fique desmanchado e líquido.
Somente aí é que se deve engolir o mesmo.
Não importa a quantidade de vezes que tenha que mastigar.
Até os alimentos semi-sólidos se mastigam para que haja suficiente saliva!
Engolir a comida garganta abaixo, avidamente e bruscamente sem mastigar, para rapidamente encher o estômago e matar a fome, sobrecarrega a química digestiva.
Por melhor que seja o alimento, a nutrição será incompleta e dessa maneira são perdidos muitos nutrientes, inclusive aqueles mais essenciais e protectores.
O sistema digestivo humano não consegue lidar com o processo de comer rápido, sem consequências.
O bolo alimentar leva então horas na tentativa de completar a digestão.
Um cão, por exemplo, pode engolir o alimento inteiro, sem mastigar, porque o seu sistema digestivo foi programado para isso. Já o sistema digestivo do ser humano é muito delicado.
Até os pensamentos e as emoções, durante a refeição, influem profundamente na digestão!
A hora da refeição requer ambiente tranquilo e calmo, sem notícias alarmantes que fazem a adrenalina disparar!
Saber comer é, portanto, o primeiro passo...
Os seus efeitos são imediatos sobre o bem-estar.
2º Princípio

Não beber líquidos durante as refeições
O hábito de beber líquidos durante as refeições é um grave vício.
Você está de boca seca porque não mastiga.
Se mastigasse teria toda a saliva necessária para liquefazer a comida e fazê-la descer.
Na realidade, você bebe durante a refeição porque foi condicionado a isso, principalmente pela propaganda.
Todo mundo bebe e, portanto você também segue a multidão.
Você já se perguntou alguma vez por que bebe tanto líquido durante a refeição?
Pois não há nenhum motivo nutricional.
E o líquido ingerido durante a refeição destrói a normalidade do ambiente digestivo no estômago.
Mude pois este hábito (caso o tenha...) e se no início, não conseguir evitar de todo, beba só um gole de água, só para molhar a boca!
Encher o estômago de líquidos (refrigerantes, cerveja, etc.) às refeições, adoçados ou não, contraria pois a ordem natural da química digestiva no estômago e no intestino delgado.
3º Princípio

Beba água regularmente durante o dia.
Acostume-se a sorver água durante o dia, água natural, se possível filtrada, água mineral sem gás e sucos de fruta natural, sem açúcar, na base de uns 6 a 8 copos por dia (no mínimo uns 2 litros) sempre que possível, dependendo da quantidade de frutas que comer.
Procure fazer disso uma lei!
Facilite introduzir esse hábito tendo a água à sua disposição quando sentir vontade de beber e para se lembrar que deve faze-lo constantemente.
Toda pessoa precisa aumentar o fluxo de urina e o processo de eliminação através dos poros.
A pessoa que urinar pouco, obriga os seus rins a manipular as sobras concentradas e a urina será espessa e amarelo-escura.
Nos homens, com o passar dos anos, a próstata incha, com risco de câncer!
A natureza do corpo humano exige, pois a reposição da água que ele gasta para a sua limpeza interna e na hidratação.
A sede já é sinal de alarme do organismo, um aviso de que o nível de sangue arterial está abaixo do mínimo.
Portanto abandone os refrigerantes doces e gaseificados, pelo amor de Deus!
E lembre-se sempre do papel vital da água bebendo-a em intervalos correctos, ou seja, até meia hora antes das refeições e umas duas horas depois das mesmas.
4º Princípio

Use e abuse do valor extraordinário das frutas
Adquira o hábito de comer frutas ou beber sucos naturais, de estômago vazio e, sem acompanhamento...de manhã, no meio da manhã e no fim da tarde!
Varie a fruta.
Como alimento, a grande vantagem delas está na riqueza de nutrientes que elas contêm.
É muito importante a água das frutas frescas, bem como das enzimas contidas nelas.
As frutas são carboidratos complexos especiais, com fibras. Contêm quase todos os nutrientes de que o corpo humano necessita e em menos de 30 minutos o organismo de uma pessoa os assimila, ao contrário das comidas cozidas que precisam de várias horas para serem digeridas.
Além disso, as frutas contêm vitaminas e sais minerais, antioxidantes, e nutrientes fitoquímicos protectores.
Quando alguém se sente enfermo o alimento que se deve ingerir são as frutas, pois na digestão a fruta não consome energia e o doente para recuperar-se necessita usar a sua energia para outros fins...
E não se deve esquecer que nos primórdios a fruta foi o alimento natural do ser humano.
5º Princípio

Reorganize o seu desjejum, ou seja, o "café da manhã"
O que se deve comer de manhã cedo são frutas (quantas quiser...) ou sorver lentamente um suco de fruta feito na hora, com as fibras que ela contém.
De manhã age no organismo o ciclo de eliminação dos resíduos não utilizados dos alimentos ingeridos no dia anterior. Essa eliminação é intensa de madrugada até o meio-dia.
Interromper este ciclo simplesmente corta a remoção das sobras tóxicas.
Isso é prejudicial, porque eliminar sobras significa reduzir excesso de peso.
Como as frutas não digerem no estômago e sim no intestino, elas não interrompem o ciclo e por isso podem ser ingeridas de manhã.
Quando toma o tradicional "café reforçado" (café com leite, pão, ovos, presunto, queijo, omeleta, geleias, etc.) a pessoa irá gastar toda a sua vitalidade matinal na digestão deste desjejum e no lugar de obter mais energia, gastará a que tem, pondo o estômago a trabalhar por 4 horas ou mais.
Os norte-americanos são mestres nesse hábito e carregam o fardo correspondente, ou seja, além de uma certa letargia durante as primeiras horas da manhã, acumulam um excesso de peso.
Não esqueça: carregar o estômago de manhã cedo com alimentação pesada contraria a ordem natural do organismo humano. Se um dia, porém não aguentar (digamos nas suas férias num hotel cinco estrelas) faça o "pequeno pecado" e degluta um vetusto "café da manhã"; mas aí pelo menos faça algum exercício físico, digamos, caminhe um pouco...
6º Princípio

Reorganize os hábitos alimentares do almoço e do jantar Coma sempre um grande prato de verduras que inclusive deve representar de 30% a 40% do volume todo da refeição.
Aliás, se for mais, tanto melhor!
Use e abuse da alface, agrião, couve chinesa, espinafre, brócolos, vagem comum, etc. e coma tomate, cenoura, nabo, rabanete, chuchu, aboborinha, beterraba, cebola, pepino, etc., todos crus.
Tenha sempre cerca de meia dúzia de verduras na mesa.
Dê vazão à sua imaginação. Crie saladas diferentes. As verduras têm um poder mágico. O que caracteriza as verduras e legumes é a extraordinária riqueza de seus nutrientes protectores, fitoquímicas, vitaminas, sais minerais e micro minerais, aminoácidos, antioxidantes protectores contra radicais livres em excesso, fibras, água destilada, tudo de fácil assimilação para o sistema digestivo.
As verduras não engordam.
Ao contrário, nutrem rapidamente e promovem desintoxicação do organismo, eliminando excesso de peso através de suas fibras.
Depois das verduras como os alimentos cozidos, isto é o seu prato quente.
Claro que você já entendeu que precisa organizar a sua refeição fazendo combinações que favoreçam a digestão, pois as proteínas (carnes) e carbohidratos (batata, feijão, lentilhas, arroz integral, etc.) definitivamente não digerem de maneira idêntica.
Dessa maneira não é conveniente misturar proteínas com carbohidratos.
Porém, se o fizer, faça uma refeição básica de carbohidratos com bem pouca proteína animal ou o inverso, favorecendo a digestão do bolo alimentar.
A sociedade moderna nos induz e impõe hábitos que não interessam às pessoas que querem ter uma vida saudável.
Fuja pois desses hábitos que a multidão costuma seguir.
O que seu corpo precisa é de alimentos com muitas fibras.
Use os mesmos critérios para o jantar que aplicou para a refeição, não esquecendo de que ele será de melhor digestão se não estiver acompanhado de proteína animal (carnes, salames, etc.).
Evite jantar muito tarde.
Se eventualmente sentir fome antes de dormir, coma então frutas (mamão, maçã, pêra, etc.) para não criar problemas com seus ciclos orgânicos.
Finalmente, se possível elimine os lanches, mas se isso for impossível que eles sejam bem frugais.
É o beliscar durante o dia todo que faz com que as pessoas engordem de forma exagerada...
7º Princípio
Movimente-se, faça exercícios constantemente e caminhe
Devemos movimentar-nos por três razões básicas:
1-Para queimar calorias provenientes, principalmente, das reservas de gorduras que em excesso se encontram nos tecidos.
2-Para manter a flexibilidade do corpo e desenvolver o seu sistema cardiovascular.
3-Para oxigenar melhor as células, os músculos, os neurónios.
Quem é sedentário tem um coração atrofiado e circulação sanguínea pobre, um coração que precisa trabalhar muito mais para conseguir distribuir o sangue pelo corpo todo.
Para diminuir o stock de gorduras do corpo humano é preciso convertê-las em energia, ou seja, consumi-las, gastando mais do que se ingere, através do movimento do corpo, o que é uma lei natural.
Gorduras e calorias queimam com exercícios aeróbios, na presença de oxigénio, como caminhar com regularidade, correr, remar, andar de bicicleta, etc., sempre dentro do nível de preparo físico individual.
Deve-se fazer o exercício que lhe dá prazer e com os exercícios aeróbicos você constrói o seu condicionamento físico e resistência cardiovascular.
Porém quando você vai para um exercício, prepare-se mentalmente.
Prepare o seu organismo para o esforço físico ligando os seus pensamentos com o seu corpo, com os músculos, as pernas, os pulmões, o coração, etc. e fique imaginando os efeitos positivos da actividade que vai realizar.
Na caminhada, muitos músculos das pernas trabalham, absorvem o oxigénio bombeado pelo coração e queimam calorias.
Mas tarde, com a capacidade cardiovascular mais desenvolvida, você pode inclusive fazer corrida leve, que flui naturalmente, lenta, quando outros músculos passam a trabalhar também e a exigir mais oxigénio.
Isso é muito bom. Muito saudável.
Nos exercícios que visam buscar saúde, nunca se deve malhar o corpo!
Exercícios que malham o corpo deixam o corpo exausto e provocam mais tarde desequilíbrios hormonais e envelhecimento prematuro.
O que é mais eficaz é fazer exercícios várias vezes, com menor intensidade e usando menos da capacidade cardíaca.
Portanto, o conselho que ninguém deve esquecer é: varie e modere quando ficar sem fôlego!
Todo exercício físico gera estragos, micro-traumas no tecido das células musculares visadas, que o corpo trata de reparar durante o descanso, principalmente no decorrer do sono, através das hormonas do crescimento.
Então os músculos são recuperados e se desenvolvem, ficam mais fortes.
Este concerto requer energia que é retirada da gordura estocada e usada como combustível.
À medida que você envelhece, se os seus músculos não forem sendo exigidos, irá perdendo massa muscular, vai ficando fraco e ao mesmo tempo engorda.
Essa gradual degeneração pode se iniciar cedo.
Mais ou menos dos 30 aos 60 anos a quantidade de gordura do homem costuma dobrar!
Na mulher costuma aumentar até 50% em geral.
Isso, do ponto de vista de estética e de uma velhice saudável é lamentável e dramático.
Os exercícios aeróbios, como caminhar, têm um efeito extraordinário sobre todo o organismo, mas é difícil conseguir só com eles, eliminar toda a gordura que tivermos a mais principalmente a da barriga e dos quadris.
Aí os anaeróbios, como os de levantar peso, são imbatíveis, muito eficientes, completando a tarefa.
Valem tanto para os homens, como para as mulheres.
Para pessoas de mais de 50 anos principalmente, os exercícios têm um efeito profundo para sua saúde e o bem-estar podendo ser praticados sem a necessidade de uma aptidão física especial, bastando ter alguns cuidados, a assistência de um médico e muita disposição e persistência por parte de cada um.
Bem, meu (minha) estimado (a) leitor (a) aceite terminar com alguns dos seus maus hábitos, para ter a partir de 2003, uma vida mais saudável.
Siga o conselho do especialista em qualidade de vida Arno Gëhrke: "Os conhecimentos mudam e com isso caem por terra paradigmas aos quais você e a humanidade sempre estiveram aferrados e continuam, sem contestar.
Só com ideias novas como as dos meus sete princípios da saúde, é que se resolvem problemas importantes.
Dizemos que impossível é aquilo que ninguém conseguiu fazer até então.
No entanto, a todo momento, sabemos de alguém que fez aquilo que antes era impossível, não é assim?
Para tudo temos de ter desejo, o ideal de consegui-lo.
Se não desejamos mais nada, certamente teremos entregado os pontos e definharemos...
Você agora tem os conhecimentos para ter uma vida mais saudável. Não duvide da sua capacidade.
Entre em acção e mostre que o impossível é possível!"
Matéria publicada na edição nº 2 da Revista do Factoring.
  revista@revistadofactoring.com.br.
 

Esgotos de Madrid no Tejo

A Espanha está a canalizar os esgotos de Madrid para o rio Tejo e a desviar a água limpa das nascentes do rio para as regiões turísticas. O facto dos esgotos de Madrid chegarem a Portugal via rio Tejo já levou o Movimento Protejo a preparar uma queixa para apresentar à Comissão Europeia
Paulo Constantino, porta-voz do movimento que integra organizações ambientalistas nacionais e entidades internacionais, defende que a opção de desviar a água do Tejo 'é uma violação clara da directiva Quadro da Água que os 27 países estão obrigados a cumprir até 2015 e ameaça também a qualidade do rio Tejo do lado português’.
Por sua vez, Carla Graça, da Quercus, refere que a qualidade da água do Tejo que chega à fronteira 'é com frequência de má qualidade em resultado dos esgotos e da agricultura'. 'O rio surge várias vezes com uma cor verde devido à proliferação de algas, uma característica da excessiva carga orgânica', acrescentou. Perante o agravar da qualidade da água em resultado da seca, o presidente de Castela-La Mancha, o socialista José María Barreda, pediu um encontro com o primeiro- -ministro português, José Sócrates, para discutirem um caudal para o rio Tejo que satisfaça as necessidades de ambos os países.
ÁGUA EM FALTA VALE 21 MILHÕES DE EUROS
Espanha violou pela primeira vez a Convenção de Albufeira ao enviar menos 236 hectómetros cúbicos de água no caudal do Tejo, sem que haja uma redução de chuva que o justifique. Embora o acordo ibérico sobre a gestão dos rios internacionais da Península não preveja indemnizações pelo incumprimento, a água possui um valor comercial. Em termos comparativos, em Fevereiro do ano passado, Portugal acordou vender a Espanha 30 hectómetros cúbicos de água da barragem de Alqueva por um valor inicial de 9 cêntimos o metro cúbico. Feitas as contas o caudal em falta do rio Tejo representa 21,2 milhões de euros. Em termos comparativos, a EPAL forneceu, no último ano, 211 hectómetros cúbicos de água a 2,8 milhões de utilizadores da área de Lisboa.
ESPANHA QUER ÁGUA DE PORTUGAL
Em simultâneo com a criação de novos desvios de água do rio Tejo para o Sul e Levante espanhol, e melhor tratamento dos esgotos de Madrid, o secretário de Estado da Água espanhol, Josep Puxeu, defende uma relação mais estreita com Portugal para a canalização de água do nosso País para Espanha. Josep Puxeu entende que o Alqueva está a 'transbordar' e classifica como uma 'grande contradição no facto de se encontrarem em situação tão precária as reservas de albufeiras da vertente mediterrânica da Península Ibérica, enquanto estão muito bem as reservas do Norte e da metade Ocidental'. Espanha vive uma situação de grave carência de água no Sul do país, e mesmo com as mais recentes chuvas não consegue cumprir o convénio de Albufeira. Diferente é a situação da albufeira do Alqueva, que conta com 80% da capacidade e, sozinha, tem o equivalente a 15% da água de todas as barragens espanholas.
BARRAGENS VAZIAS A capacidade das barragens espanholas apresentam valores mínimos. No rio Douro, a capacidade de armazenamento está nos 49%, no Tejo está em 35% e no Guadiana em 38%.
RESERVAS EM PORTUGAL Em Portugal as bacias hidrográficas não revelam uma grave falta de água: Douro está com 60%, Tejo 61% e Guadiana 75%.
CÁCERES SEM ÁGUA Bem próximo de Portugal, na província espanhola de Cáceres, já há populações com falta de água.
DISCURSO DIRECTO' Preocupação ambiental obriga a repor água': Orlando Borges Presidente do INAG
Correio da Manhã – A violação da Convenção de Albufeira por parte de Espanha em 236 hectómetros cúbicos de água no rio Tejo obriga ao pagamento de alguma indemnização?
Orlando Borges – Não há lugar a indemnizações nem a qualquer tipo de compensações económicas. Há sim uma preocupação ambiental que obriga a repor a água.
– E como será feita a reposição? A 15 de Dezembro iremos ter uma nova reunião em Madrid, onde serão definidas as datas e os volumes em que essa água será reposta. Operação que será realizada, possivelmente, a partir de Janeiro ou Fevereiro.
– Em 2005 houve incumprimento por parte de Espanha na bacia do Douro, porque não houve então uma violação da Convenção?
– Aquando da maior seca do século os baixos níveis de precipitação justificaram esse incumprimento, situação que agora não se verificou no rio Tejo, apesar de ter chovido muito pouco.
– Espanha defende que Portugal também não cumpriu, este ano, o caudal no estuário do Tejo.
– Não cumprimos porque (a exemplo do que aconteceu em 2005 no Douro espanhol) os níveis de precipitação foram muito fracos.
– O movimento Protejo alega que a má qualidade da água no Tejo resulta do despejo de esgotos por tratar em Madrid, num seu afluente. O que pode Portugal fazer para o evitar?
– Observar se estão a ser cumpridas as directivas comunitárias. Posso dizer que há essa preocupação em Espanha, pelo que a qualidade da água tem vindo lentamente a melhorar.
– O Centro e Sul de Espanha atravessam sérias dificuldades mesmo no abastecimento às populações. Qual é, neste momento, a realidade em Portugal?
– Embora tenha chovido menos do que o habitual, não se coloca esse problema.


João Saramago (Público)

Mitos À La Carte



Verdades e mentiras sobre os alimentos
De onde vêm as regras alimentares? Do que sabemos verdadeiramente sobre nutrição? Por que será que os cientistas divulgam dados tão contraditórios? As gorduras saturadas são nocivas? Há alimentos que causam doenças? Nem estas nem outras interrogações obtiveram, até agora, uma resposta inteiramente satisfatória. O problema já é antigo. No inicio da década de 1980, o biofísico Harold Morowitz classificou a nutrição como uma “quase-religião”, e descobriu que todos os estudos efectuados eram “sobre os efeitos num grupo reduzido de pessoas, por volta de 15, ou em animais com dietas monitorizadas durante períodos que variavam entre alguns dias e poucos meses”. Ou seja, não havia uma investigação a longo prazo, com grupos numerosos, e essa ausência dava origem a crenças generalizadas que nunca tinham sido verdadeiramente postas à prova. Por exemplo, qual destes produtos acha que eleva mais o nível de açúcar no sangue: um gelado, uma batata ou uma fatia de pão? Claro que quase todos escolheriam o gelado. Todavia, um artigo da revista Science já demonstrava, há mais de vinte anos, que a batata e o pão eram mais glicémicos. No entanto, embora a ciência da alimentação tenha agido com inépcia mais do que uma vez, sabemos bastante sobre os nutrientes que devem integrar um regime alimentar equilibrado…
Diversas experiências com pessoas obesas demonstraram que podem viver mês e meio à base de água, vitaminas e minerais, pois extraem as calorias da gordura acumulada, com a consequente perda de peso. Todavia, trata-se de uma situação insustentável a longo prazo, pois o corpo necessita que lhe forneçam outras substâncias.
Os suplementos alimentares estão cheios de pseudociência, como demonstrou Dan Hurley, jornalista do The New York Times especializado em temas de saúde, após analisar os dados recolhidos ao longo de 23 anos pelos Centros de Controlo de Venenos dos Estados Unidos, junto dos quais mais de 1,6milhões de pessoas tinham denunciado, desde 1983, reacções adversas a vitaminas, produtos de ervanária e outros complementos nutricionais. É preocupante que os media tenham dado tanto crédito a esse tipo de produtos.
Os produtos que exibem o rótulo “agricultura biológica” ou “orgânica” chamam-nos a atenção no supermercado porque pensamos que são mais saudáveis, dado que “não contêm porcarias”. Porém se quisermos ser verdadeiramente meticulosos, nem o tomate da horta da Avó passaria nos controlos de segurança alimentar que os governos impõem às substâncias sintéticas adicionadas aos alimentos.
Richard Hal, jornalista especializado nestas questões, analisou, num artigo publicado na Revista Nutrition Today, os ingredientes utilizados para elaborar a ementa de um restaurante de luxo, de acordo com os critérios de segurança em vigor nos Estados Unidos. O resultado foi demolidor: apenas se salvaram os palmitos. Cenouras, cebolas, azeitonas, melões, lagostins, batatas, manteiga, salsa, pão, brócolos, queijo, bananas, maçãs, laranjas, café, chá, leite, vinho, cerveja…Nem a água mineral teria passado numa operação de fiscalização, se as mesmas regras fossem aplicadas aos alimentos que chamamos “naturais”.
A solução para uma alimentação correcta reside na totalidade do que ingerimos, e não em empanturrar-se de produtos com Ómega-3, óleos vegetais ou suplementos vitamínicos. O nosso organismo está habituado a lidar com frutos, verduras, peixe e carnes vermelhas, na devida proporção. Parece que a mais equilibrada é a dieta mediterrânica, pelo que não devíamos trocá-la por outra, baseada em produtos manufacturados, ao estilo norte-americano. É melhor seguir o conselho de Michael Pollan: “NÃO COMPRE NENHUM ALIMENTO QUE A SUA AVÓ NÃO CONSIGA RECONHECER”.
Para ler na íntegra este artigo: Super Interessante 142 (Edição Portuguesa)
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