Certamente que isto é uma grande parte da nossa dignidade... que possamos conhecer e que, através de nós, a matéria possa conhecer-se a si própria; que, começando com protões e electrões, saídos do princípio dos tempos e da vastidão do espaço, possamos começar a entender; que, organizados como estão em nós, o hidrogénio, o carbono, o nitrogénio, o oxigénio, esses 16 a 21 elementos, a água, a luz do Sol- todos eles, tendo-se transformado em nós, possam começar a entender o que são, e como se tornaram nisso. George Wald (Prémio Nobel da Medicina e Fisiologia) (1964)

terça-feira, 23 de março de 2010

Dia Mundial da Água (22 de Março de 2010)

Nosso planeta tem cerca de dois terços só de água. Pela lógica, parece haver água sobrando para a população, não é? Parece um absurdo falar em crise da água?
VAMOS AOS FACTOS: ■ 97% da água do planeta é água do mar, imprópria para ser bebida ou aproveitada em processos industriais;
■ 1,75% da água é gelo;
■ 1,24% da água estão em rios subterrâneos, escondidos no interior do planeta.
■ Para o consumo de mais de seis biliões de pessoas está disponível apenas 0,007% do total de água da Terra.

Some-se a isto o despejo de lixo e esgoto sanitário nos rios, ou ainda as indústrias que jogam água quente nos rios - o que é fatal para os peixes. A pouca água que existe fica ainda mais comprometida. Isto exige a construção de estações de tratamento de esgoto e dessalinização, por exemplo. E exige consciencialização para que se evite o desperdício e a poluição, principalmente nas grandes cidades.

Devido a esse problema, a ONU também elaborou um documento intitulado "Declaração Universal dos Direitos da Água", que trata desse líquido como a seiva do nosso planeta.

Com o objectivo de chamar a atenção para a questão da escassez da água e, consequentemente, buscar soluções para o problema, a Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu em 1992 o Dia Mundial da Água no dia 22 de Março.
Este ano é dedicado ao tema “Água Limpa para Um Mundo Saudável”.

Actualmente, segundo estimativa das Nações Unidas, 1.2 biliões de pessoas não têm acesso a uma quantidade suficiente de água para satisfazer suas necessidades básicas a um preço de acordo a suas possibilidades financeiras. Dessas, quase 100 milhões vivem na América Latina.
As crianças são as mais afectadas com essa situação. No mundo 4.200 morrem diariamente devido a falta de saneamento, cerca de 3 por minuto. Já na América Latina, são 100 mortes diárias, ou seja, 36 mil mortes por ano. A falta de esgotamento traz hepatite A, diarreia, dengue, cólera, esquistossomose e outras enfermidades.

Segundo relatório da Unep (Programa do Meio Ambiente das Nações Unidas ), "Água Doente", aponta:
■ dois milhões de toneladas de resíduos, que contaminam cerca de dois biliões de toneladas de água diariamente, causaram gigantescas "zonas mortas", sufocando recifes de corais e peixes. O resíduo é composto principalmente de esgoto, poluição industrial e pesticidas agrícolas e resíduos animais.
■ a falta de água limpa mata 1,8 milhões de crianças com menos de 5 anos de idade anualmente. Grande parte do despejo de resíduos acontece nos países em desenvolvimento, que lançam 90 por cento da água de esgoto sem tratamento.
■ a diarreia, principalmente causada pela água suja, mata cerca de 2,2 milhões de pessoas ao ano, segundo o relatório, e "mais de metade dos leitos de hospital no mundo é ocupada por pessoas com doenças ligadas à água contaminada."
■ o relatório recomenda sistemas de reciclagem de água e projectos multimilionários para o tratamento de esgoto.
■ sugere a protecção de áreas de terras húmidas, que agem como processadores naturais do esgoto, e o uso de dejectos animais como fertilizantes.

"Se o mundo pretende... sobreviver em um planeta de seis biliões de pessoas, caminhando para mais de nove biliões até 2050, precisamos nos tornar mais inteligentes sobre a administração de água de esgoto", disse o director da Unep, Achim Steiner. "O esgoto está literalmente matando pessoas."

O QUE OCORRE NO BRASIL
■ Cerca de 40 milhões de brasileiros não têm acesso aos sistemas de abastecimentos público. O quadro é agravado com a falta de esgotos tratados – calcula-se que 100 milhões de brasileiros não tenham acesso ao sistema de esgotos.
■ Actualmente, o lançamento de esgotos domésticos é o principal factor de degradação dos corpos d´água no Brasil. Estima-se que 48 % dos domicílios brasileiros possuem colecta de esgotos, sendo que 21 % se utilizam de fossas sépticas.
■ Considerando o total de esgoto colectado, apenas 20% recebe algum tratamento, sendo o restante lançado directamente nos corpos d água.
■ Outro problema é a perdas de água, que no Brasil chegam a 45%.
■ Em média, na última década, ocorreram 700 mil internações, por ano, no Brasil, decorrentes de doenças relacionadas à falta ou inadequação de saneamento.

OBJECTIVOS:
O Dia Mundial da Água é fundamental para chamar atenção das necessidades, entre outras, de:
■ Enfatizar assuntos relacionados a problemas de abastecimento de água potável,
■ Aumentar a consciência pública sobre a importância de conservação, preservação e protecção da água,
■ Fontes e suprimentos de água potável,
■ Aumento da consciência dos governos, de agências internacionais, organizações não-governamentais e sector privado,
■ Participação e cooperação na organização nas celebrações do Dia Mundial da água.

in Zona de Risco






Água contaminada mata milhões de crianças por ano - JN

Água contaminada mata milhões de crianças por ano - JN

sábado, 20 de março de 2010

O programa Biosfera da RTP 2, anunciou em 2008, o desastre na Madeira

Veja o vídeo exibido na RTP 2.

A peça, cuja versão resumida de 5 minutos é já um dos vídeos mais vistos no YouTube, contou com o testemunho de especialistas que explicararam o fenómeno dos aluviões da Madeira e o perigo causado pela construção em leito de cheia.
Na reportagem, que foi para o ar em Abril de 2008, foi dado o alerta: O estreitamento das ribeiras potenciava um desastre para o qual os madeirenses tinham menos de 30 minutos para se preparar. Assim aconteceu, a 20 de Fevereiro de 2010.

terça-feira, 16 de março de 2010

Um sismo por ano como o do Chile

Rede sismográfica mundial regista em média 20 mil sismos ao ano. Cerca de 150 acima de 6 na escala de Richter.


Primeiro foi o Haiti, depois o Chile e a Turquia. No intervalo de poucas semanas, a terra tremeu violentamente em diferentes regiões do mundo, afastadas entre si por milhares de quilómetros, deixando um rastro de destruição e centenas de milhares de vítimas mortais e de desalojados. Um sismo de grau 6 na escala de Richter abalou a zona de Elazig, no Leste da Turquia, vitimando pelo menos 51 pessoas. A pergunta impõe-se: será que os sismos estão a aumentar?
"Não", diz taxativo o director do Centro de Geofísica D. Luís da Universidade de Lisboa, Miguel Miranda. E explica: "O número de sismos de grande magnitude, desde que há registos, tem-se mantido relativamente estável de ano para ano."
No seu site, a US Geological Survey (USGS), a agência dos Estados Unidos para o estudo da Terra, dá a mesma resposta, na sequência das "muitas solicitações" que lhe chegam "de pessoas de todo o mundo, perguntando se os sismos estão a aumentar", lê-se ali.
"Embora possa parecer que há mais sismos, os de magnitude 7 [na escala de Richter] ou mais têm-se mantido constantes", explica a USGS. Ou seja, os sismos de grande magnitude, acima dos 7 graus na escala de Richter, que são potencialmente mais destruidores, não têm aumentado.
Os registos sismográficos indicam isso mesmo. Se se considerarem, por exemplo, as três últimas décadas, ocorreram em média, anualmente, quase 140 sismos com magnitudes de 6 a 6,9 graus na escala de Richter, 17 com magnitudes de 7 a 7,9 graus e apenas um com mais de 8 graus na mesma escala. E esta tendência tem-se mantido constante. Vale a pena, então, fazer outra pergunta: porque parece haver mais sismos ultimamente?
A USGS adianta uma resposta: "Nos últimos 20 anos tivemos um crescimento substancial no número de sismos que conseguimos localizar, devido ao tremendo aumento no número de estações sismográficas a nível mundial e aos muitos desenvolvimentos nas comunicações globais."
Em 1931 existiam em todo o mundo 350 destas estações, enquanto agora há mais de oito mil. E esta rede global consegue registar em média 20 mil tremores de terra por ano (50 por dia), sendo que a esmagadora maioria não atinge os 6 graus na escala de Richter. Acima deste valor, como já se viu, ocorrem em média pouco mais de centena e meia de abalos sísmicos por ano no mundo.
Para a USGS, esta é também uma questão de maior percepção por parte do público, devido à globalização da comunicação e também a um maior interesse por parte das pessoas em questões ambientais e desastres naturais.
De resto, como explicou ao DN Miguel Miranda, "não há nenhuma aceleração do movimento das placas, nem aumento da actividade sísmica". E sublinha: "Se todos os meses houvesse um sismo como o do Haiti, poderia dizer-se que a actividade sísmica está a aumentar, mas não há nada que indique isso."
Fazendo contas, e confiando na estatística, o grande sismo do ano já ocorreu. Foi o de dia 27 de Fevereiro, no Chile, que atingiu a magnitude de 8,8 na escala de Richter e causou 799 mortos, sendo considerado um dos cinco mais fortes desde que há registos. Mas prever este tipo de fenómenos ainda não é possível à ciência de hoje.
in Diário de Noticias
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